sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Sanatório Kaempf: Entre o passado e o presente




1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Alunas: Francieli Staub, Chaiane Yasmin da Rosa, Allana Geske e Ana Leticia Sehn.
Professora Orientadora: Cilvane Adriane Marotz
Disciplina: História
Ano: 7° ano, turma 72.
Escola: E.E.E.M. Nossa Senhora do Rosário
Local: Santa Cruz do Sul/RS
Data: Setembro de 2016

2.    PROBLEMA
 Por que o sanatório Kaempf parou de atender pessoas com transtornos psiquiátricos?

3.    JUSTIFICATIVA
A professora lançou a proposta de projetos nas aulas de História e Geografia para que escolhêssemos um tema que gostaríamos de aprofundar. Nós nos reunimos em grupos e escolhemos o tema, Sanatório Kaempf. Escolhemos esse tema porque sabemos da existência dele e que o mesmo parou de atender pessoas com transtornos psiquiátricos.

4. OJETIVOS
- Fazer um levantamento histórico sobre o sanatório Kaempf (Data de fundação e encerramento das atividades);
- Descobrir porque o sanatório encerrou suas atividades;
- Tentar saber onde as pessoas com transtornos psiquiátricos são atendidas hoje eu dia;
- Conseguir imagens e informações sobre a época em que o Sanatório estava funcionando e o que ainda existe sobre ele, hoje em dia.

5. METODOLOGIA
- Pesquisa na internet sobre os conceitos de sanatório, manicômio e hospital psiquiátrico e também sobre alguns métodos de tratamentos praticados nestes locais;
- Entrevista com os responsáveis pelo antigo sanatório que conheçam a história do mesmo;
- Visita as antigas dependências do Sanatório a fim coletar imagens do local.

6. REFERENCIAL TEÓRICO
Quando falamos em sanatório estamos nos referindo a uma casa de saúde ou clinica, dependendo de que país estamos falando, voltado para o tratamento de várias doenças: da tuberculose á outras. No artigo do sit de conceito
Um sanatório é um centro de saúde que, de acordo com o país, pode ser especializado em diferentes assuntos. Trata-se de um lugar onde os pacientes que sofrem diversos transtornos e doenças são atendidos e podem submeter-se a diversos tratamentos.” (2016).
            Já o termo manicômio “surge a partir do século XIX e designa mais especificadamente o hospital psiquiátrico, já com a função de dar um atendimento médico sistemático e especializado” (História dos manicômios, 2016). 
Percebe-se que ambos os termos eram usados para se referir ao local onde as pessoas com os mais variados tipos de transtornos e ou problemas de saúde eram tratados.
Nos sanatórios, os métodos de tratamentos foram variados como a clinoterapia e a hidroterapia. A clinoterapia
“pautava-se, basicamente, pela manutenção constante do alienado no leito. Se necessário com a utilização de sedativos, mas não se utilizava camisas de força ou outros meios de contenção, ainda que seja mantido um rigoroso controle a partir da vigilância.” FATURE, P.108).
Já na hidroterapia “os banhos cumpriam uma tripla função: tratar algumas doenças específicas, sedar e acalmar e ainda, conter os pacientes” (FATURE, P. 110).
No entanto, também eram usadas terapias biológicas dos mais variados tipos como eletrochoques, provocar febre no paciente para obter alguma melhora no quadro mental, entre outros. Conforme
“as terapias piretógenas, as convulsivantes e as comatosas, mais especificamente a malarioterapia – também chamada de Método Von Meduna, a insulinoterapia – conhecida como Método de Sakel e a Eletroconvulsoterapia – o eletrochoque para leigos, ou Cerletti para os psiquiatras” (FATURE, P. 112).
Mas, os métodos de tratamentos terapêuticos também consistiam em isolar o paciente, deixá-lo sem alimentação ou sem dormir por exemplo.
Eram correntes as práticas de sangria, de isolamento em quartos escuros, de banhos de água fria, além dos aparelhos que faziam com que o paciente rodopiasse em macas ou cadeiras durante horas para que perdesse a consciência”. (História dos manicômios, 2016).
Deste modo, pode-se dizer que os manicômios ou sanatórios ou ainda, hospitais psiquiátricos, era um deposito de gente com os mais variados problemas: da tuberculose á distúrbios mentais. Eram internados nessas casas de saúde como “loucos”, recebendo os mais variados tipos de tratamentos e terapias.

7. ANÁLISE DE DADOS
Entrevista com o senhor Ivo Kaempf, atual proprietário do Sanatório Kaempf.  
Na primeira casa quadrada, logo na chegada, teve início a atividade do Sanatório, em 15 de novembro de 1879. Depois que teve início à atividade, (nessa época ainda não atendiam “gente nervosa”), tratavam de pessoas com reumatismo, que era aplicado água e barro em partes localizadas do corpo.
Hoje o sanatório virou uma pousada, pois seu Ivo Kaempf teve que fechar o mesmo por denúncias de cárcere privado. Antes de fechar, a clínica atendia drogados e pessoas “nervosas”, por isso na parte dos fundos foram colocadas grades. Como a psiquiatria não anda junto com a filosofia, quando as pessoas chegavam para fazer estágio criticavam o tratamento. Com o tempo elas viram que na parte de trás do prédio havia grades e tinha partes que os mais doentes ficavam “presos“. Foi isso que os estudantes denunciaram. Mesmo que não fosse por essas denúncias, o Sanatório não estaria aberto hoje em dia, porque hoje os hospitais psiquiátricos são as piores coisas que tem.
Na época de seu funcionamento, o Sanatório era aberto para a família visitar os pacientes, eles podiam tomar banho de rio e tinha bar. As pessoas ficavam por vontade própria e assinavam um termo e se não era por vontade própria, o termo ia para o juiz assinar. E é a firma mais velha de Santa Cruz do Sul. Também mudou de nome várias vezes durante o tempo em que esteve funcionando.
Em quanto o sanatório ficou aberto passaram por lá cerca de 60 mil pacientes. O sanatório foi construído por partes, levando 15 anos para ficar pronto. Os doentes nos domingos eram levados de carruagem para as igrejas católicas e evangélicas. A palavra sanatório era mais usada para se referir as pessoas com tuberculose, que ficavam numa construção no mato onde ficavam pelados tomando banho de sol.
Hoje em dia, boa parte onde fica o loteamento Novo Horizonte eram terras da propriedade do Sanatório. As terras tiveram que ser vendidas porque entrou um novo sócio no Sanatório que, tempos depois acabou falindo.

8. CONCLUSÃO
Descobrimos com esse projeto que sanatório, manicômio e hospital psiquiátrico são sinônimos e muito usados quando se refere ao tratamento de pessoas com algum tipo de transtorno mental e ou respiratório, como a tuberculose.
Quanto ao Sanatório Kaempf, que é o objeto de nossa pesquisa, descobrimos que no local funciona hoje uma pousada. Isso justifica o fato de o local ser bem organizado e limpo. E, ao longo de seu funcionamento mudou de nome algumas vezes.
O Sanatório foi fundado em 15 de novembro de 1879 e encerrou suas atividades no ano de 1999. O motivo pelo qual o sanatório encerrou suas atividades foi em função de denúncias que estagiários que vinham ao local fizeram. Isso porque constatavam que o tratamento que os pacientes recebiam era diferente daquilo que deveriam receber.
Os tipos de doenças tratadas no sanatório foram as mais variadas como reumatismo, tuberculose, viciados e pessoas “nervosas”. Os tratamentos também foram variados como o uso de lama, banhos gelados e de Sol e isolamento. Mas, o que mais chamou nossa atenção foram salas com grades nas janelas onde não foi permitido a nossa entrada. Segundo o Sr. Ivo, nestas salas estão guardados equipamentos utilizados com os pacientes, na época de seu funcionamento.
Hoje em dia as pessoas que precisam de algum atendimento especializado para se tratar são atendidas em hospitais comuns.
Quanto à área do sanatório, descobrimos que as terras onde está localizado o loteamento Novo Horizonte, as terras que vai da entrada Rio Pardinho até o início da reta da estrada de Rio Pardinho pertencia a família Kaempf.
Concluindo, descobrimos coisas que nunca poderíamos imaginar que pudesse existir. Também foi necessária muita dedicação e pesquisa para desenvolver esse projeto.
   
  9. Referências Bibliográficas:
- FATURE, Fábio, Rosa. O Sanatório São José: O poder e as práticas da psiquiatria em uma instituição privada – Porto Alegre/ RS (1934-1954). Disponível em https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/139363/000989779.pdf?sequence=1 Acessado em 10/09/2016.

- http://conceito.de/sanatorio Acessado em 28/08/2016.  

- História dos manicômios. Disponível em: http://www.comciencia.br/reportagens/manicom/manicom8.htm Acessado em  30/08/2016.

10. Anexos

                                    
                                                      Parte frontal do Sanatório

                                                          Parte interna (corredor)

Corredor externo

                                                                     Área de lazer

Sala de enfermagem

                                                           Antigo bloco cirúrgico

                                                            Açude usado para banho
                                       
        

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